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A relação entre Estresse, Depressão e Obesidade

A relação entre Estresse, Depressão e Obesidade

                                                             

Por que, mesmo sem comer de forma exagerada, ganhamos peso?

    Você sabia que a gordura localizada no abdômen pode não ser apenas a diferença entre calorias ingeridas e calorias gastas? A maioria dos profissionais da saúde costuma dizer que são dois os fatores que levam às pessoas a ganhar peso: comer muito e se alimentar de forma errada.

    De alguns anos para cá, no entanto, vários estudos científicos publicados em revistas importantes demonstram que pessoas que sofrem de estresse, angústia, ansiedade e depressão ganham peso mais facilmente. Pesquisas recentes têm mostrado que o estresse pode fazer o corpo armazenar o excesso de calorias na região do abdômen, principalmente em mulheres. O causador disto é o cortisol, um hormônio ligado a diversas regulagens de funções metabólicas no organismo liberado em grande quantidade como reação ao estresse. A elevação na produção de cortisol aumenta a deposição de gordura na região abdominal, além, de inibir a ação da insulina, aumentando a glicemia. O estresse, é o principal fator do excesso de cortisol no organismo.   

        Portanto, estresse engorda, sim. Mas não é como se pensava somente um reflexo psicológico de compensação oral, como se costumava dizer. Há um aumento de apetite, fruto de uma reação combinada de agentes químicos desencadeada pela tensão. Mas, que agente químico é esse? Esse agente é o Cortisol, um hormônio que possui várias funções no organismo e que em alguns casos é bem-vindo, já que em situações súbitas de perigo é capaz de nos deixar em “estado de alerta”, em condições de agir com a rapidez necessária. O problema, como quase tudo, é o excesso.

    A produção excessiva de cortisol, que pode estar relacionada aos altos níveis de estresse, quando liberado na circulação, leva, ainda a efeitos adversos: aumenta os batimentos cardíacos, a sudorese, os níveis de açúcar no sangue; causa insônia, mudanças de humor (pode elevar ou deprimir o humor); diminui a memória; além de favorecer a obesidade na região abdominal é também responsável pelo o surgimento de osteoporose; gera imunodepressão (diminui as defesas do nosso organismo) e acaba com os estoques corporais de proteína.
Isso reforça o fato da obesidade ser um dos fatores atuais relacionado com a alta concentração deste hormônio, sobretudo, devido a exposição aumentada ao estresse nos grandes centros urbanos. 

     O cortisol permite também uma maior retenção de líquidos e maior síntese e acúmulo de gordura. Dessa forma, os dois fatores combinados - o apetite maior e o metabolismo propício ao acúmulo de gordura levam à obesidade. O cortisol aumenta o apetite e estimula a produção de células de gordura e as torna mais infladas, além de inibir a queima das que estavam estocadas. Por isso, pessoas muito aflitas para emagrecer não conseguem fazê-lo, justamente por causa da ansiedade. Uma das explicações para esse fenômeno talvez seja a elevação dos níveis de cortisol. É fato conhecido que quem usa remédio à base de cortisona costuma ganhar peso, recentemente se descobriu que a quantidade desse hormônio está aumentada em pessoas que têm alterações emocionais. Neurotransmissores que ativam o cérebro, também influência o comportamento alimentar. Quando encontrado em níveis baixos no cérebro, pode causar sintomas de tristeza e depressão, sem contar que aumenta a compulsão pela comida, principalmente de carboidratos.

    Algumas mulheres que sofrem de tensão pré-menstrual (TPM), por exemplo, apresenta níveis baixos de serotonina (neurotransmissor) durante esse período, o que pode transformá-las em verdadeiras chocólatras. Sua função no sistema nervoso central e seus efeitos nas alterações comportamentais estão sendo objeto de muitos estudos e pesquisas. Depressão, ansiedade, comportamento compulsivo, agressividade, problemas afetivos e aumento do desejo de ingerir doces e carboidratos também foram relacionados a esta substância. 

                                                Profa.Dra. Edna Paciência Vietta

                                    Psicóloga Cognitivo-comportamental / Terapia do Esquema, Ribeirão Preto

                                           Email:  edna_vietta@hotmail.com

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